A presidente do Iepha-MG, Michele Arroyo, estará presidente no I Festival dos Apanhadores e Apanhadoras de Flores Sempre-Vivas, que acontece nos dias 21 e 22 de junho - próxima quinta e sexta-feira, em Diamantina. O instituto vai iniciar os estudos para o reconhecimento deste sistema agrícola como patrimônio imaterial. Estas flores são coletadas por comunidades tradicionais autodefinidas como “apanhadores de flores sempre-vivas” e são oganizadas em comunidades rurais - algumas delas quilombolas. Esses grupos possuem um modo de vida baseado no manejo e uso de diversos ambientes da Serra do Espinhaço Meridional (MG), onde realizam atividades de cultivo de roças, criação de animais e coleta de flores sempre-vivas de forma tradicional.
O sistema agrícola tradicional dos apanhadores e apanhadoras de flores sempre-vivas foi selecionado para a primeira candidatura brasileira ao programa de reconhecimento de “Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial” – SIPAM (ou GIAHS, na sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura – FAO/ONU.
O lançamento público da candidatura será na quinta-feira (21/06), às 14 horas, durante a mesa Sistema Agrícola Tradicional dos Apanhadores de Flores Sempre-Vivas, que terá a participação da presidente do Iepha-MG. Reconhecido mundialmente, esse título já foi concedido a 41 sítios, em 18 países, que se destacam por sua paisagem, diversidade agrícola e herança cultural. Esse programa foi criado em 2002 com o objetivo de preservar sistemas agrícolas marcados pela integração entre modos de vida tradicionais e o meio ambiente de forma equilibrada.
A candidatura ao programa da FAO/ONU é uma iniciativa da Comissão em Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas (Codecex), organização social que representa regionalmente as comunidades apanhadoras de flores sempre-vivas, com o apoio de pesquisadores parceiros. O processo de candidatura envolveu representantes das comunidades de apanhadores de flores, acadêmicos, organizações parceiras, das prefeituras municipais de Diamantina, Buenópolis e Presidente Kubitschek e dos governos estadual e federal. O plano estabelece a divisão de responsabilidades na preservação do sistema agrícola e da biodiversidade da parte mineira da Serra do Espinhaço. Os poderes públicos estadual, federal e municipais, além das comunidades se comprometem a realizar diversas ações.